Um grupo de 21 alunos da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo – Escoop, acompanhado pelo professor Gerônimo Grando, participou de uma missão técnica na região Noroeste do Rio Grande do Sul e em cooperativas da Argentina e do Paraguai, entre os dias 20 e 25 de maio.

Cotripal

O roteiro de visitas teve início na manhã de 20 de maio, quando o grupo visitou a Cotripal, no município de Panambi. A turma de Graduação da Escoop assistiu à palestra do presidente da Cooperativa, Germano Dowich, e do diretor administrativo-financeiro, Inácio Brust, que explanaram sobre a estrutura, visão, missão e valores da Cotripal.

A cooperativa agropecuária possui atuação em nove municípios gaúchos, conta mais de 4 mil associados produtores e gera mais de 2 mil empregos diretos. Além do recebimento de grãos, tem frigorífico, supermercados, rações, postos de combustíveis e farmácias, inclusive farmácia de manipulação. É uma das cooperativas com faturamento superior a R$ 1 bilhão. “Impressiona a interação dos associados com a direção. Há muita transparência, como também impressionam a relação estreita entre a Cooperativa e seus colaboradores. A inclusão social é marcante em todos os setores. Os associados têm todo o respaldo econômico, financeiro e social”, afirma o professor Gerônimo Grando.

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Ceriluz

A segunda visita do dia ocorreu na parte da tarde, na Ceriluz, em Ijuí. A primeira parada foi no local de captação de água para a Pequena Central Hidrelétrica – PCH 155, em seguida, no setor de geração de energia – turbinas. “O empreendimento é grandioso, sui generis, pois é uma das poucas turbinas verticais. A central tem capacidade para 6,8 MWh, sendo que, quando da visita, estava gerando 5,0 Mwh”, destaca Grando.

O grupo foi recebido pelo secretário Sandro Lorenzoni, que falou sobre a usina geradora e apresentou o prédio onde fica localizado o escritório central da Ceriluz. A Cooperativa do ramo Infraestrutura atua na geração e distribuição de energia elétrica. Tem forte atuação no município de Ijuí e na região, presente em 24 municípios, tendo cerca de 4,5 mil quilômetros de rede. Com 14 mil associados e cerca de 150 colaboradores, a Ceriluz conta com três usinas em operação e todas utilizam água para propulsão dos geradores.

“A Cooperativa apresenta ótima situação econômico-financeira, planejando aplicar mais de R$ 100 milhões em negócios de energia, projetos próprios e compartilhados. Chama atenção o cuidado que a Cooperativa tem com seus associados, colaboradores e com o meio ambiente”, explica Grando.

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Cooperconcórdia, Cotrirosa, Coopermil e Sicredi União

O segundo dia de visitas, 21 de maio, contou com visita à Cooperconcórdia, em Santa Rosa. O auditório da Cooperativa Educacional recebeu representantes da Cotrirosa, Coopermil e Sicredi União, que apresentaram dados econômicos e sociais de suas cooperativas. Durante a tarde, a equipe visitou setores da Cotrirosa, dentre eles, supermercados, armazéns graneleiros, embaladores de alimentos e moinho.

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“Impressiona os números das cooperativas, não tanto o valor econômico, mas sim os dados relativos a pessoas, o número de associados e colaboradores. Os valores econômicos não ficam para trás, seja em faturamento, volume físico transacionado, sobras e retornos. Outro aspecto que chama atenção é a participação da mulher, seja associada, esposa de sócio, mãe e até avó. Todas têm participação intensa, isto faz com que a comunidade se sinta inserida e assistida”, comenta o professor da Escoop.

Unijuí – Encontro de Discentes

Na noite do dia 21, o grupo foi recebido na Unijuí pelos alunos do curso de Gestão em Cooperativismo, orientandos pelos professores Pedro Butenbender e Aristeu, e o pró-reitor Marcos Scherer. O tema geral, como não poderia deixar de ser, foi o cooperativismo e a formação acadêmica. Os pontos positivos e negativos externados pelos alunos da Unijuí e da Escoop são muito parecidos, dentre os quais a pouca visibilidade dos graduados em cooperativismo junto aos dirigentes de cooperativas.

 

Argentina

Cooperativa Tabacalera Missiones – setor de Cítricos   

A missão técnica seguiu no terceiro dia, 22 de maio, com visita na parte da tarde à Cooperativa Tabacalera Missiones – setor de Cítricos, localizada na cidade de Leandro N. Alem, onde o grupo conheceu o processo produtivo de frutas cítricas na fábrica. O setor de cítricos é, na verdade, uma nova cooperativa dos mesmos associados da CTM de Tabacos. Ele surgiu no final dos anos de 1990 e passou a se dedicar à produção de frutas cítricas – laranja, limão, lima, bergamota (mandarina e clementina) e marmelo. Atualmente, conta com cerca de 4,5 mil produtores de frutas cítricas.

A cooperativa de cítricos possui personalidade jurídica única e tem como associada a CTM de tabacos e outros associados pessoa física. A maior parte dos associados faz parte do quadro das duas. A planta de cítricos tem capacidade para processar 150 mil toneladas de frutas anuais. A produção total da safra 2017/2018 beirou os 80% da capacidade, sendo metade de mandarinas. O objetivo principal é a exportação de frutas, cerca de 75% delas são exportadas “in natura” para diversos países, principalmente para a Europa. As frutas que não são exportáveis são transformadas em suco, do qual a Coca-Cola é a maior cliente.

O processamento das frutas, em especial aquelas destinadas ao suco, é gerador de subprodutos, dentre eles o óleo e a essência cítrica, utilizados na produção de cosméticos e, ainda, o bagaço, que é transformado em adubo orgânico, sendo que há estudos para gerar biogás a partir desse bagaço. A indústria de frutas é bastante automatizada e utiliza, nos dois turnos, cerca de 120 operários.

Parque Industrial Posadas

A última missão do terceiro contou com uma visita ao Parque Industrial de Posadas, na cidade de Posadas, um complexo industrial provincial, onde o grupo de estudos foi recebido na pelo subsecretário de Desenvolvimento, Investimentos e Promoção Industrial do Ministério de Indústria da Argentina, Claudio Ariel Aguilar. O condomínio industrial foi criado para atrair indústrias de ponta, de alta tecnologia. O parque tem três anos de funcionamento e contabiliza um grupo de 67 indústrias instaladas ou em instalação, e outras em prospecção.

Dentre as indústrias, a LUG, uma empresa com capitais e tecnologia polonesa e capital argentino foi visitada pela turma. A empresa produz artefatos para iluminação com tecnologia bastante avançada. O vínculo com o cooperativismo se deve ao fato de que essa empresa mantém convênios com cooperativas de eletrificação na busca de eficiência energética. O primeiro passo é a substituição das lâmpadas de iluminação pública por luminárias de led, o que reduz o consumo de energia. De acordo com dados do fabricante, uma lâmpada de led de 7 W ilumina tanto quanto uma lâmpada incandescente de 60 W.

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Paraguai

Cooperativa Colonias Unidas Agricola

No dia 23 de maio, a missão técnica teve continuidade em terras paraguaias, com visita à Cooperativa Colonias Unidas Agricola, situada na cidade de Obligado. A turma foi recepcionada pelo gerente de Comunicação e Educação Cooperativista, Lic. Juan Angel López R. O grupo foi conduzido ao auditório da Cooperativa, junto ao setor de lácteos, onde a engenheira Griselda Cardozo, encarregada ambiental, apresentou a Cooperativa sob a ótica da produção agropastoril, com foco no meio ambiente. Na sequência, a relações públicas Liz Acevedo acompanhou o grupo por todo o tempo, sempre com foco na relação da Cooperativa com seus associados e clientes.

Após visitar as instalações de laticínio, o grupo passou para o setor de erva-mate e seus derivados. Nessa etapa, as explicações sobre a fábrica, o processo de produção, os mercados de atuação e produtos ficaram a cargo do engenheiro Aldo Rodrigues, que atua no setor de Controle de Qualidade. “O setor de erva-mate é sui-generis, pois a Cooperativa mantém processos diversos e produz uma série de produtos distintos, desde erva-mate moída mais fina ou menos, chás e outros produtos derivados da ilex paraguariensis, sendo alguns deles consumidos apenas no país de origem e outros exportados para o mundo”, afirma Grando.

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Produção diversificada

Fundada em 1952 por 78 agricultores, a Cooperativa conta com cerca de 4 mil cooperados que produzem soja, trigo, tungue, milho, girassol, colza, sorgo, erva-mate e leite. Opera, também, departamento de crédito, supermercados, sementes e rações, atuando nos departamentos de Itapúa, Alto Paraná, Central e Caaguazú, contando com nove filiais.

A planta leiteira é moderna e processa 70 mil litros de leite por dia. Os produtos da Cooperativa são exportados para diversos países da América e Europa e chama atenção o cuidado com a terra, com vários programas de manutenção da área de produção, revitalização da flora, revitalização e proteção das nascentes.

“Os associados e seus familiares merecem tratamento especial quanto à saúde e educação, existem vários programas de incentivo para associados e familiares. É muito grande a participação dos associados na vida da Cooperativa, cerca de 40% dos associados participam das assembleias da Cooperativa”, complementa o professor da Escoop.

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